sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Poder e liberdade de escolha

Temos eleições este Domingo. Independentemente do resultado, teremos pessoas a queixar-se dos níveis de abstenção, da ingenuidade dos portugueses que votaram de forma diferente da que gostaria,  a queixar-se da qualidade da democracia, e da falta de preocupação com o bem comum. Mas faltará, muito provavelmente, alguém que lembre que as diferenças políticas não são devidas ao egoísmo, desinteresse  ou má-fé dos que discordam connosco. As discordâncias políticas vêm simplesmente do facto de cada um de nós ter diferentes concepções do que é o melhor para uma sociedade. Queixar-se da "Direita que protege os ricos" ou da "Esquerda que nos quer dependentes do Estado" é o primeiro passo para impedir a salutar discussão de um caminho comum.


A única coisa em que todos os intervenientes políticos concordam é que "dar o poder aos outros" é meio-caminho andado para o descalabro. Seria portanto lógico que todos concordassem em limitar o poder do Estado: afinal, a influência perniciosa dos "outros" será tanto menor quanto menor fôr o alcance da sua actividade legislativa.

 Sou por isso minarquista. Gostaria de um estado limitado às funções que não podem ser desempenhadas pelas outras estruturas de uma sociedade, ou seja, apenas dedicado à segurança pública, administração da justiça e defesa. Tudo o resto pode ser feito, com muito maior liberdade, por todos nós: cooperativas de professores, mutualização de riscos, ligas de socorros mútuos, etc.

Diz-se por vezes que estas tarefas são demasiado importantes para serem entregues  à livre-iniciativa, e que os cidadãos devem ser protegidos de eventuais más escolhas induzidas por publicidade. Mas se acreditamos que os cidadãos são suficientemente maduros para decidirem a quem devem conceder o poder discricionário de um Estado hiper-legislador que afecta as vidas de todos os seus concidadãos, também temos de admitir que são capazes de escolher o melhor para as suas vidas.

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